Sunday, October 29, 2006

Defining and Persuading Audiences

No capítulo sétimo da obra Media Institutions and Audiences, Defining and Persuading Audinences, procura-se, de forma detalhada e exaustiva definir com o máximo pormenor e exactidão o conceito de audiências e alguns dos fenómenos relacionados com o mesmo, como sejam os métodos utilizados para persuadir audiências, as diferentes formas de abordar audiências com vista alcançar determinados objectivos ou mesmo o impacto que as escolhas de horários têm na tentativa de cativar audiências.

A principal questão levantada pelo texto, e que se reveste de particular importância, é será que nós, audiência, somos encarados perante a máquina negocial que rodeia os media como simples consumidores ou por outro lado como cidadãos activos que procuram mais do que produtos de consumo rápido nos media a que recorrem? Parece-nos que a definição de audiências como apenas um consumidor é algo redutora. Tendo apenas em atenção o factor lucro, cada vez mais em voga nesta crescente onda de opinião que aceita o facto de os grandes grupos económicos ligados aos media procurarem o que todas as empresas procuram como único e primordial objectivo, descuram-se alguns dos ideais que regeram a criação e o propósito dos mesmos e o grande poder que os mass media possuem na nossa sociedade. Se se optar por este caminho podemos estar a assistir a uma perda de credibilidade dos media e à generalização da ideia destes como mais um produto de entretenimento descartável e sem qualquer impacto nos diferentes aspectos da vida social.

A tendência actual parece ser então de perspectivar a audiência mais na sua vertente de consumidora do que de conjunto de cidadãos com opiniões e necessidades e consequentemente exigências. Esperemos que a tendência se altere.

Monday, October 09, 2006

Consumption and everyday life

Que factores influenciarão a nossa forma de percepcionar e seleccionar os programas televisivos da nossa preferência? Segundo o autor, Shaun Moores, no seu texto publicado na obra “Consumption and everyday life” estas escolhas são condicionadas por uma combinação de factores relacionados com a nossa condição social, valores sociais e simpatias politicas. Apesar de poder parecer uma redução exagerada de um fenómeno tão complexo a um grupo de critérios sociológicos, o autor salvaguarda a sua posição, afirmando que a capacidade de interpretar e apreciar conteúdos está inevitavelmente relacionada com o nosso background cultural e convicções pessoais, embora não a definam à partida.

Sobre este tema John Tompson defende que a exploração do significado das mensagens transmitidas pelos media acontece à medida que estes são apreendidos e interpretados por todos nós. Mas talvez o seu contributo mais interessante seja o de propor o estudo “da actividade de recepção”, afinal o momento e a acção que irá permitir diferentes gostos e predilecções, que nos leva todos os dias a manter ou mudar determinado programa de televisão, para dar um exemplo diário, e que portanto que se vê revestido de crucial importância na temática em questão. O estudo defende então a atribuição de maior importância ao acto de ver televisão em si do que à procura de padrões de resposta a determinados tipos de material de programação, estudo esse que deveria ser efectuado em condições o mais naturais possíveis como sejam as casas dos sujeitos do estudo para assim poder aferir de forma mais correcta o processo de visualização televisiva e conseguir resultados consequentemente mais fidedignos e inalterados por factores externos.

E o que define a palavra audiência? Será uma questão de audiência ou audiências? Talvez seja mais correcto utilizar o termo na sua forma plural para assim poder definir e agrupar as diferentes preferências, fazendo sobressair o grande espectro de escolhas e tendências pessoais que a variedade de conteúdos possibilita. Contudo permanece a dificuldade em definir o termo. Será errado e desfasado da realidade olhar para as audiências como uma entidade estável e singular que responderá de forma semelhante a estímulos semelhantes. Procurando a origem da palavra audiência verifica-se que o significado desta se restringia a uma interacção oral que requeria presença física. Só recentemente a palavra adquiriu o significado que todos nós lhe atribuímos na actualidade, sendo por isso difícil estabelecer paralelos com as situações onde hoje em dia se utiliza a palavra audiência, como sejam o consumo de rádio ou televisão.