Tuesday, December 19, 2006

Seinfeld e tal.......Estudo de Públicos da Série



Para eventuais interessados disponibilizamos no blog o estudo de públicos sobre a série Seinfeld realizado no âmbito da cadeira de Públicos e Audiências. Clicar Aqui!

Monday, December 18, 2006

Aula Teórica de Públicos e Audiências (Televisão: das Audiências aos Públicos, Daniel Dayan cont.)

Continuação do debate da obra de Daniel Dayan e dos conceitos mais importantes e inovadores referidos na mesma.

Surge o conceito de não-público que em alguns casos é confundido com o de público potencial. Estes dois conceitos diferem na medida em que o público potencial pode apresentar uma predisposição, ou pelo menos as condições necessárias, para se tornar público no seu completo sentido, participante, com troca de opiniões no seio de um grupo, activo. Por outro lado o não-público não tem obrigatoriamente que apresentar essas características, podendo simplesmente não se mostrar interessando nem sequer disposto a alterar os seus hábitos culturais.

Colocando os conceitos numa ordem crescente podemos dizer que, para o autor existe o não-público, o quase-público e o público. O principal factor de diferenciação é o grau de interesse e sobretudo de participação e intervenção que cada um deles tem no grupo de debate a que pertence e a forma como procuram transformar o seu interesse em acção. É este último ponto que permite a distinção de público e audiência, já que o segundo é muito mais um objecto de medição e o primeiro uma entidade que implica o debate e a troca de ideias.

Aula Teórica de Públicos e Audiências ( Televisão: das Audiências aos Públicos, Daniel Dayan)

Nesta aula abordou-se a obra de Daniel Dayan, Televisão: das Audiências aos Públicos, e o seu conceito inovador de quase-público. Dayan considera o quase-público como sendo um público fugaz, temporário e sem grande ligação com a televisão, meio ao qual este termo é aplicado. Com base nesta seu novo conceito o autor propõe uma reestruturação do conceito de público, apresentando três novas categorias, a saber: públicos políticos, fãs, e públicos de gosto, e ainda uma nova tipologia classificativa para o conceito que se divide em públicos de fãs, públicos de TV cerimonial, públicos de elites dos media europeus e públicos dos media de imigração.

Sendo que a característica principal que distingue o público do quase-público é o seu carácter participante, este último pode, em determinadas situações e dependendo do seu comportamento, tornar-se público activo, participante dependendo também do contexto em que se insere.

Saturday, December 16, 2006

“The McDonaldization of society”, George Ritzer


Uma empresa que todos conhecemos e já experimentamos: Mc Donald’s. De pequeno restaurante familiar a gigante da “fast food” e empresa geradora de milhões, o fenómeno é aqui abordado, as causas do sucesso e as alterações provocadas por esta nova forma de fazer negócio, procedendo-se também a uma extrapolação para outras áreas da sociedade.

Segundo o autor as causas para o sucesso da Mc Donald’s foram:
  • eficiência: a rapidez do serviço, a certeza de que sairemos satisfeitos com o produto e com a nossa fome saciada
  • calculabilidade: a relação preço-qualidade, o tempo dispendido a na deslocação e consumo versus tempo de confecção de uma refeição caseira.
  • previsibilidade: a certeza de que em qualquer restaurante desta cadeia o serviço será igualmente satisfatório.
  • controlo: controlo das emoções do consumidor através de estratagemas para permitir uma passagem rápida e satisfatória indo assim de encontro as exigências da sociedade actual.

Porém a alguns pontos positivos, como a instantaneidade do serviço, o fácil acesso, a satisfação rápida, juntam-se outros negativos. A fast food introduziu-se nos dias de hoje na sociedade de tal forma que representa uma grande fatia dos hábitos alimentares das populações. O aumento de patologias relacionadas com este consumo é hoje uma realidade que atinge todas as faixas etárias, sendo particularmente alarmante nas crianças e jovens. Os franchises aumentam cada vez mais e em cada esquina de cada rua podemos ver o gigantesco M dourado simbolo do império criado à volta de um hamburguer. As exigências da sociedade actual também contribuem para o sucesso, uma sociedade onde o tempo urge e a rapidez e eficiência sobepõem-se por vezes a qualidade e sempre ao tradicionalismo. Esta forma de actuar cria ramificações nas mais diversas áreas da sociedade fazendo cada vez mais a apologia da rapidez e eficácia a todo o custo. Será mesmo esse o caminho que queremos para o futuro? uma crescente robotização e uniformização dos hábitos onde a surpresa é apenas uma miragem do passado?

“Práticas produtivas e relacionamento entre jornalistas e fontes de informação“ – Rogério Santos

Este texto propõe-se abordar a relação, por vezes conflituosa, entre fontes de informação e jornalistas, através de uma definição do que são as fontes de informação, as estratégias que são usadas para aceder às mesmas e as suas rotinas produtivas.

As fontes dividem-se então em:

  • Jornalistas
  • Porta-vozes de instituições e organizações governamentais
  • Porta-vozes de instituições e organizações não-governamentais
  • Cidadãos individualizados

Para uma melhor compreensão do papel de cada uma agruparam-se estes tipos de fontes em três grupos principais:

  • Oficiais – aquelas que veiculam a posição de instituições ou organizações oficiais, governamentais ou empresariais.
  • Regulares – que emitem regularmente opiniões e pareceres que devido à sua posição têm algum peso na sociedade.
  • Ocasionais ou acidentais – Um qualquer cidadão que emite uma opinião ou relata um acontecimento sobre o qual tem conhecimento.

Relativamente à forma as fontes podem ter acesso às organizações noticiosas podemos considerar duas: o acesso em que a opinião da fonte vai ter grande relevância no texto jornalístico final ou a cobertura, em que essa mesma opinião não é a base do texto jornalístico destacando-se apenas pequenos excertos que possam tornar o texto mais apelativo.


A designação de fonte pode ainda variar consoante a entidade representada:

Assessor de Impressa: aquele cuja função obriga a uma relação mais próxima com os jornalistas.
Porta-voz: aquele que por um conjunto de características ou qualidades e nomeado para expôr uma determinada posição sobre um dado assunto.


A forma como esta relação se estabelece e as informações chegam aos meios de comunicação pode também conhecer diferentes métodos dependendo da forma como se comportam as fontes. Assim estas podem ter um papel pró-activo, reactivo ou de organização interna. Esta relação pode no entanto não acontecer sempre da forma mais harmoniosa. Assim as fontes quando se sentem lesadas podem recorrer a dois tipos de processos: internos, pedindo esclarecimentos directamente ao jornalista ou ao meio de comunicação e externos, preferindo neste caso seguir a via judicial ou pura e simplesmente recusar-se a colaborações futuras.

Para uma cooperação harmoniosa é necessário então que os jornalistas respeitem as fontes como uma classe fulcral para o correcto desenvolvimento da actividade jornalística e que estas ultimas percebam que as informações que disponibilizam devem ser objecto de tratamento jornalístico não podendo os meios de comunicação ser usados como veículos publicitários para alcançar os objectivos de agendas privadas.

“ A perspectiva das audiências – Manuel José Damásio”

O conceito de audiência como temos vindo a perceber não é de todo estanque e definido à prova de qualquer dúvida. Pelo contrário existem várias definições de audiência dadas por diferentes autores como sejam Mc Quail ou ainda Ross e Nightingale. Com o evoluir dos tempos e da tecnologia a forma como as audiências se relacionam com um determinado evento cultural ou a maneira como acedem ao mesmo tem vindo a alterar-se. É então necessário proceder a uma revisão do conceito de audiências que permita abarcar estas novas realidades.

Uma audiência seria então um conjunto de indivíduos que partilha o mesmo quadro de interesses e experiências culturais e que assiste em simultâneo a um qualquer evento. As características deste evento têm também influência para a percepção e definição do conceito de audiência.

Para a compreensão dos comportamentos de uma audiência existem dois modelos possíveis:

Modelo de análise sócio-cultural, que segundo Wilson (2004), se debruça sobre as referências culturais e sociais dos participantes, e que procura definir o nível de participação do individuo e a qualidade dessa mesma participação.

Modelo Quantitativo, mais preocupado em analisar as variáveis demográficas do grupo para assim poder delimitar um determinado grupo de audiências.

Como se pode perceber o conceito de audiência altera-se com o evoluir da tecnologia e da própria sociedade, estando em constante reavaliação e podendo sofrer alterações para integrar novas realidades.

“Ficção, noticias e entertenimento – As idades da televisão em Portugal”

Neste texto da autoria de Gustavo Cardoso procura-se dar a conhecer um estudo geracional das audiências e respectivos programas preferidos na realidade portuguesa e procurar estabelecer relações de causalidade entre ambos.
O estudo agrupa à partida os públicos em três gerações que vão desde 1950 a 1984. A primeira geração é definida como geração iniciática, aquela que teve pela primeira vez contacto com a televisão e as características particulares da sua programação no final do período do Estado Novo. Esta geração engloba os cidadãos nascidos de 1950 a 1966.
À geração seguinte que se enquadra no período entre 1967 e 1984 dá-se o nome de geração de transição que, como o próprio nome indica experimentou um período de mudança e melhoramento dos conteúdos televisivos e suportes utilizados. Viveram os períodos da Paleo – televisão e a sua mudança gradual para Neo – Televisão.
A terceira e última geração é aquela que se confrontou com o aparecimento do computador como concorrente da televisão na atenção dedicada, o aparecimento da era digital e a maturação do mercado televisivo nacional e internacional com o aparecimento dos canais privados e a entrada de empresas de distribuição de televisão por cabo. Esta geração é definida por geração multimédia e nasceu a partir de 1985.
Para além da variável idade são também tidas em consideração a profissão, o nível de escolaridade e o sexo dos participantes. Conclui-se então que a televisão serve como instrumento útil para averiguar o espírito de uma dada geração e a memória comum a essa mesma geração, funcionando como elemento identificador importante.

Saturday, November 11, 2006

Aula teórica de Públicos e Audiências (definição de audiência)

Nesta aula aprofundamos um pouco mais o conceito de audiência, tendo em conta os aspectos quantitativos que o compõem. Foram assim abordados conceitos que permitem uma medição da audiência como sejam o audímetro ou audimetria respectivamente a designação dada ao acto de medir a audiência num determinado período e o dispositivo utilizado para o fazer. Aquando de uma audimetria vários indicadores podem ser retirados:
· Audiência total
· Audiência Média
· Share de audiência

Referência ainda para o texto de Nick Lacey que estuda ao pormenor o fenómeno audiência e vários fenómenos relacionados com o mesmo como sejam métodos utilizados para persuadir audiências, as diferentes formas de abordar audiências com vista alcançar determinados objectivos ou mesmo o impacto que as escolhas de horários têm na tentativa de cativar audiências.

Aula teórica de Públicos e Audiências (distinção de público e audiência)

Na primeira aula teórica de Públicos e Audiências foi abordada a distinção entre público e audiência. Embora muitas vezes estes termos sejam tidos como sinónimos existe uma clara diferença entre ambos. Audiência descreve um grande número de pessoas não identificáveis mas que se unem pela sua participação nos media, enquanto que públicos diz respeito a um grupo de pessoas que se conhecem entre si, que discutem temas em espaços públicos e que fazem parte da mesma comunidade. Público terá assim encerrada em si uma vertente de participação activa não presente no conceito de Audiência que nos remete principalmente para a vertente consumista de conteúdos.

Sunday, October 29, 2006

Defining and Persuading Audiences

No capítulo sétimo da obra Media Institutions and Audiences, Defining and Persuading Audinences, procura-se, de forma detalhada e exaustiva definir com o máximo pormenor e exactidão o conceito de audiências e alguns dos fenómenos relacionados com o mesmo, como sejam os métodos utilizados para persuadir audiências, as diferentes formas de abordar audiências com vista alcançar determinados objectivos ou mesmo o impacto que as escolhas de horários têm na tentativa de cativar audiências.

A principal questão levantada pelo texto, e que se reveste de particular importância, é será que nós, audiência, somos encarados perante a máquina negocial que rodeia os media como simples consumidores ou por outro lado como cidadãos activos que procuram mais do que produtos de consumo rápido nos media a que recorrem? Parece-nos que a definição de audiências como apenas um consumidor é algo redutora. Tendo apenas em atenção o factor lucro, cada vez mais em voga nesta crescente onda de opinião que aceita o facto de os grandes grupos económicos ligados aos media procurarem o que todas as empresas procuram como único e primordial objectivo, descuram-se alguns dos ideais que regeram a criação e o propósito dos mesmos e o grande poder que os mass media possuem na nossa sociedade. Se se optar por este caminho podemos estar a assistir a uma perda de credibilidade dos media e à generalização da ideia destes como mais um produto de entretenimento descartável e sem qualquer impacto nos diferentes aspectos da vida social.

A tendência actual parece ser então de perspectivar a audiência mais na sua vertente de consumidora do que de conjunto de cidadãos com opiniões e necessidades e consequentemente exigências. Esperemos que a tendência se altere.

Monday, October 09, 2006

Consumption and everyday life

Que factores influenciarão a nossa forma de percepcionar e seleccionar os programas televisivos da nossa preferência? Segundo o autor, Shaun Moores, no seu texto publicado na obra “Consumption and everyday life” estas escolhas são condicionadas por uma combinação de factores relacionados com a nossa condição social, valores sociais e simpatias politicas. Apesar de poder parecer uma redução exagerada de um fenómeno tão complexo a um grupo de critérios sociológicos, o autor salvaguarda a sua posição, afirmando que a capacidade de interpretar e apreciar conteúdos está inevitavelmente relacionada com o nosso background cultural e convicções pessoais, embora não a definam à partida.

Sobre este tema John Tompson defende que a exploração do significado das mensagens transmitidas pelos media acontece à medida que estes são apreendidos e interpretados por todos nós. Mas talvez o seu contributo mais interessante seja o de propor o estudo “da actividade de recepção”, afinal o momento e a acção que irá permitir diferentes gostos e predilecções, que nos leva todos os dias a manter ou mudar determinado programa de televisão, para dar um exemplo diário, e que portanto que se vê revestido de crucial importância na temática em questão. O estudo defende então a atribuição de maior importância ao acto de ver televisão em si do que à procura de padrões de resposta a determinados tipos de material de programação, estudo esse que deveria ser efectuado em condições o mais naturais possíveis como sejam as casas dos sujeitos do estudo para assim poder aferir de forma mais correcta o processo de visualização televisiva e conseguir resultados consequentemente mais fidedignos e inalterados por factores externos.

E o que define a palavra audiência? Será uma questão de audiência ou audiências? Talvez seja mais correcto utilizar o termo na sua forma plural para assim poder definir e agrupar as diferentes preferências, fazendo sobressair o grande espectro de escolhas e tendências pessoais que a variedade de conteúdos possibilita. Contudo permanece a dificuldade em definir o termo. Será errado e desfasado da realidade olhar para as audiências como uma entidade estável e singular que responderá de forma semelhante a estímulos semelhantes. Procurando a origem da palavra audiência verifica-se que o significado desta se restringia a uma interacção oral que requeria presença física. Só recentemente a palavra adquiriu o significado que todos nós lhe atribuímos na actualidade, sendo por isso difícil estabelecer paralelos com as situações onde hoje em dia se utiliza a palavra audiência, como sejam o consumo de rádio ou televisão.